Por Radígia de Oliveira
Ele era fanático pelo Fluminense. Até jogou na equipe amadora do time quando jovem. Usava camiseta, boné e broche do “clube tantas vezes campeão”. Na parede da casa onde morava estampava orgulhoso a foto amarelada de jogadores de décadas passadas.
Lembrava saudoso o ano de 1952, quando ouviu pelo rádio o feito histórico do time amado no Maracanã. Invicto, o Fluminense foi campeão da Copa Rio, mais tarde considerada campeonato mundial. E a década de 70, então... com Rivelino... Época de muitas alegrias para tricolores de coração como Ele.
Mas os anos 90 reservavam algo pior que a humilhação de ver o Fluminense rebaixado não apenas para a segunda,mas para a terceira divisão.Aos 85 anos, corpo e mente pareciam funcionar bem, mas, de repente, Ele encontrou o destino líquido e certo de todos nós: a Morte. Do tempo em que passou mal até a hora derradeira foram 45 minutos, sem prorrogação.
No momento do enterro, a filha chorosa pegou a bandeira do time amado para cobrir o caixão. A cena –vista mais tarde no sepultamento do ator e escritor Mário Lago, por exemplo– foi interrompida bruscamente. O irmão do Morto protestou veementemente. Disse que aquilo era coisa séria e que não permitiria uma bandeira de time de futebol ali. O restante da família e os amigos do falecido ficaram paralisados, sem saber o que fazer.
A filha, já frágil pela morte do pai, também não teve forças para reagir. Apenas dobrou a bandeira tricolor e voltou pra casa com o símbolo do time que ela também havia aprendido a torcer desde menina.
Meses depois, o irmão do Morto comemorava a conquista da Copa Mercosul pelo Flamengo. Ah, aquilo, sim, era coisa séria!
A música desta crônica: Hino do Fluminense, com Paulo Ricardo.
Imagem desta crônica: foto de Ronnieb, disponível em http://www.morguefile.com/archive/display/206002
sábado, 7 de fevereiro de 2009
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ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!nesse dia eu estava ai eu tenho 12 anos e vou para quase todos osjogos!
ResponderExcluirVAMOS FLU,PRA CIMA FLUZAO QUERO GRITAR CAMPEAO...!!!!
O flamenguista, tão gente boa quanto o tricolor, morreu no fim de setembro de 2009. Saudades!
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